Petrolina e Juazeiro estão com níveis críticos de medicamentos para intubação
Segundo reportagem da RedeGN, que teve acesso ao relatório do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) que mapeou os estoques de medicamentos em unidades de saúde dos estados, apontou que Juazeiro e Petrolina estão em situação de desabastecimento de alguns produtos e risco de falta de outros nos próximos dias.
O levantamento teve como foco remédios usados em unidades de terapia intensiva (UTIs), estruturas fundamentais para atendimento a pacientes, especialmente no cenário em que a demanda aumenta com vários leitos sendo ocupados por pacientes que evoluíram para quadros graves de covid-19.
Por conta do aumento da procura, os estoques de medicamentos sedativos, fundamentais para pacientes internados em UTI, estão perto do limite considerado seguro por médicos em Juazeiro e Petrolina. Entre os medicamentos que estão já em falta ou em estoque reduzido estão midazolam, fentanil e propofol, que são utilizados para a sedação de pacientes. Também há falta de neurobloqueadores musculares como atracúrio, rocurônio, cisatracúrio, utilizados em procedimentos que demandam anestesia.
A informação foi confirmada pelo médico e atual diretor do Hospital Promatre, Pedro Borges Filho e fontes ouvidas pela reportagem, também confirmou que Petrolina está em situação crítica: “Já houve o “comunicado que dois leitos foram bloqueados devido a dificuldade para compra/aquisição de remédios. Solicitamos ajuda a Central de Regulação Interestadual (CRIL) e autoridades nessa grave situação” disse Pedro.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde calcula que as reservas atuais durem só 20 dias e pede que o Ministério da Saúde garanta com a indústria a continuidade do fornecimento.
A preocupação é que o baixo estoque de remédios comprometa também outros atendimentos de emergência.“Muitos desses medicamentos são usados para outros pacientes, são usados para cirurgias, por exemplo, e a hora que faltar vai ser um grande problema para continuar tocando as cirurgias de emergência e depois as cirurgias eletivas”, declarou a presidente da AMIB, Suzana Lobo.
O Ministério da Saúde afirmou que faz reuniões semanais com secretários estaduais de Saúde para planejar o apoio do Governo Federal com base no consumo de cada um, e que as informações são repassadas à Anvisa e à indústria farmacêutica para que a produção e a venda dos medicamentos sejam adequado.