Pesquisa revela que Brasil pode sofrer ‘apagão de professores’ em 2040
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do país, o Brasil tem risco de apagão de professores em todas as etapas da educação básica nos próximos anos. Os dados apontam que o déficit de profissionais pode chegar a 235 mil em 2040.
Entre os principais fatores que contribuem para isso estão o envelhecimento do corpo docente e o desinteresse dos jovens em seguir a carreira de professor. Isso por conta da precarização da profissão, como a baixa remuneração e a falta de reconhecimento, infraestrutura ruim das escolas, falta de equipamentos e materiais de apoio, a violência na sala de aula, além de problemas de saúde, agravados pela pandemia de covid-19.
Considerando apenas as escolas públicas (138 mil), pelo menos 3,8% não possuíam sequer banheiro, 2,6% não tinham abastecimento de água (5,8% sem acesso à água potável), 2,5% não possuíam energia elétrica e 5,5% não tinham esgotamento sanitário. Além disso, 21,6% das escolas não tinham acesso à internet e 39,9% não possuíam sala de professores.
Segundo o estudo, ao considerar a taxa atual de 20,3 pessoas com idades entre 3 e 17 anos para cada docente, será necessário 1,97 milhão de professores para atender a demanda de estudantes na mesma proporção.
No entanto, mantendo as taxas de crescimento de 2021, estima-se que o número de profissionais diminuirá 20,7% até 2040. A pesquisa mostra que o número de professores em atividade nesse ano será de 1,74 milhão.
A área do conhecimento docente também é outro dado importante. Entre 2016 e 2020, o curso de licenciatura com maior número de que concluíram a faculdade foi pedagogia. Com isso, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), as especialidades com maior queda no número de concluintes na graduação neste mesmo período foram biologia (-21,3%) e química (-12,8%).
Outro aspecto abordado pelo estudo é a saúde dos professores, em especial a saúde mental, que já estava no limite e foi agravada com a pandemia de Covid-19. Essa classe de trabalhadores é uma das que mais sofrem de burnout, síndrome de esgotamento físico e mental, que tem sido apontada por diversas pesquisas como a principal causa de afastamento de professores.
Foto: TV Brasil