Exoesqueletos robóticos chegam ao SUS de São Paulo por aproximadamente R$ 1 milhão
A Secretaria de Saúde de São Paulo informou nesta sexta-feira (2/6) que o exoesqueleto robótico que fez a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), tetraplégica há quase 30 anos, andar novamente durante visita aos Estados Unidos, já foi comprada e que deverá ser disponibilizada a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) ainda no mês de julho.
No ultimo dia 22, o governo paulista, por meio da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, anunciou um acordo de cooperação com a empresa francesa Wandercraft para a realização de estudos e avaliações do equipamento em pacientes com paraplegia, doença de Parkinson ou em processo de reabilitação após um acidente vascular cerebral (AVC) no estado.
— São pesquisas e iniciativas que vão trazer a qualidade de vida de volta para muitas pessoas. Imagine, a pessoa vai vir para cá para ter a experiência de caminhar novamente. Ela estará trabalhando o corpo que vai começar a funcionar melhor, trabalhando o cérebro e a autoestima. Ela vai sair daqui uma pessoa diferente, em um ambiente onde ela está sendo acolhida. E isso não tem preço — afirmou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na celebração de 15 anos da rede Lucy Montoro, quando anunciou o acordo.
Foram adquiridos dois exoesqueletos e eles permitem que pacientes com deficiências motoras severas andem, agachem, se movam para os lados e até subam degraus. Cada equipamento custa por volta de US$ 200 mil (aproximadamente R$ 1 milhão de reais) no exterior.
O equipamento, adequado para pacientes com até 90 kg, utiliza uma tecnologia revolucionária que aproveita a força do próprio corpo, dispensando a necessidade de captação de impulsos cerebrais ou eletrodos conectados ao cérebro. Ao vestir o traje, o paciente ganha a habilidade de se levantar e caminhar.
O objetivo da importação dos exoesqueletos, portanto, é auxiliar, em ambiente especializado, a reabilitação, e não atuar como uma forma de levar pessoas com tetraplegia e paraplegia permanentes a voltarem a andar. No entanto, Linamara Battistela, coordenadora da rede Lucy Montoro e professora de medicina física e reabilitação da USP, vislumbra um futuro em que a tecnologia avance, possa estar na casa do paciente e seus usos sejam incorporados ao cotidiano.
Foram comprados exoesqueletos do modelo Atalante, um dos mais avançados entre os que são disponibilizados pela empresa europeia. O modelo é conhecido por permitir que a pessoa fique na vertical com uma sustentação que impede a queda mesmo durante os passos.
Além disso, o Atalante mantém as mãos de quem o utiliza livre, além de permitir ao usuário que caminhe em várias direções com comandos simples que não exigem alto conhecimento de programação para o uso.
Veja abaixo o modelo atual, o Lokomat, na esquerda, e o Atalante, exoesqueleto mais avançado à direita:
Fonte: O Globo e Mídia Ninja
Imagem: Divulgação / Lokomat / Reprodução / Youtube