DIA INTERNACIONAL: LGBTIs vivem acirramento de violência familiar em tempos de pandemia
A crise global causada pelo novo coronavírus “está exacerbando as dificuldades da população LGBTI”, reconheceu a Organização das Nações Unidas (ONU) em um comunicado divulgado em abril. A ONU explicou na época que essa minoria “muitas vezes encontra discriminação e estigmatização ao buscar serviços de saúde, e é mais vulnerável à violência e outras violações dos direitos humanos”. No Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, comemorado hoje (17), LGBTIs que trabalham no acolhimento a essa população chamam a atenção para o cruzamento dessa forma de discriminação com as dificuldades enfrentadas por todos diante da maior pandemia das últimas décadas.
Gestora de uma rede de apoio emocional que já realizou mais de 100 atendimentos a LGBTIs no Rio de Janeiro, a vice-presidente do Grupo Arco-Íris, Marcelle Esteves, ouve diariamente relatos importantes: “Tenho jovens em atendimento que preferem ir para a rua e correr o risco de se contaminar, porque não estão suportando ficar nas suas casas”. Mesmo que a LGBTfobia já tenha sido declarada crime pelo Supremo Tribunal Federal (STF), muitas vítimas relatam dificuldades em denunciar familiares próximos, como pais e mães, e se veem sem ter onde buscar abrigo após uma denúncia, conta Marcelle, que muitas vezes tenta aconselhar as vítimas a buscar amigos. “É importante que essa pessoa rompa com esse círculo de violência, se não ela pode acabar sendo morta”.
No Vale do São Francisco, segundo Alzyr Saahder, responsável pela ONG CoresPNZ, não está sendo diferente: “Algumas denúncias de violência foram registrados neste período, tendo como agressores, entes familiares” disse ele ao Portal Zap que ainda completou: “Infelizmente, temos um grande déficit de informação sobre os casos de violência contra pessoas gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, devido a falta de denúncia desses casos. Por isso peço, que todos os casos sejam denunciados na delegacia, no disque 100 e na nossa ONG através do Instagram @coresPNZ . Não podemos nos calar, não podemos fechar os olhos para essa realidade infeliz. Chega de nos violentarem, matarem e enterrarem nossos corpos!” desabafa Alzyr.
A ONG CORESPNZ está distribuindo cestas básicas para a população LGBT+ em vulnerabilidade e também para as profissionais do sexo que tiveram o trabalho afetado devido a pandemia. Segundo Alzyr, a ação faz parte da programação para os meses de maio e junho, que é o mês do orgulho LGBT+. Para saber mais da ONG, siga no INSTAGRAM
Com informações da Agência Brasil