Caso Beatriz: Câmara de Petrolina aprova moção de repúdio contra fala de advogado do Colégio Maria Auxiliadora no Linha Direta
A vereadora Lucinha Mota (PSDB) usou a tribuna da Câmara de Vereadores de Petrolina, nesta terça-feira (30) para repudiar as falas do senhor Clailson Cardoso Ribeiro, advogado representante do Colégio Maria Auxiliadora, que durante exibição recente do Programa Linha Direta, sugeriu que a mãe de Beatriz, assassinada em dezembro de 2015, nas dependências da escola, devia um pedido de desculpas em função do caso ter sido solucionado e o assassino preso.
“Como é do conhecimento de todos o Programa linha Direta, fez matéria trazendo o caso de Beatriz e para surpresa dessa mãe, e de outras pessoa de Petrolina e da região, o advogado, que representava ali o colégio, trouxe mais sofrimento para essa família”, relatou.
Diante da fala do advogado a vereadora a mãe de Beatriz, Lucinha Mota, enfatizou que o que sempre denunciou em relação ao colégio foi a negligência, a falta de empatia, de atenção à família e os cuidados para que o caso fosse solucionado o mais rápido possível.
“Vítima de que? De que o colégio foi vítima? Eu gostaria de saber do que o colégio foi vítima se no dia seguinte o colégio funcionou normalmente, como se nada tivesse acontecido. E para Beatriz, funcionou? Seus sonhos foram interrompidos, Beatriz era uma criança de 7 anos que tinha muitos sonhos, ela queria ser médica veterinária, adorava os animais, uma criança linda, feliz, que respeitava as pessoas, educada, tão meiga, tão inteligente, que estava na extensão da sua casa naquele dia comemorando a formatura da sua irmã. Foi essa criança que foi ceifada e como ela são muitas, essa casa não pode contribuir para esse tipo de discurso de vitimísmo, porque eu, como mãe de Beatriz nunca me comportei como vítima nessa história, nunca abri mão de lutar. Abri mão de tudo na minha vida para lutar, porque o que busco é justiça e não vou admitir que um CNPJ se coloque como vítima numa situação como essa tão grave e hedionda”, declarou.
Lucinha conclamou os pares a considerar a votação da moção de repúdio à fala, considerando não só esse caso, mas de tantas crianças vítimas de violência pela negligência das escolas, em todo o país: “Gostaria que os senhores levassem em consideração não apenas o caso da nossa família, da família de Beatriz, mas de tantas Beatrizes na região, em Pernambuco e no Brasil”, conclamou.
Mesmo com a abstenção de uma maioria governista, o requerimento de repúdio, nos termos apresentados pela vereadora, foi aprovado com os votos favoráveis de oito parlamentares: Maria Elena, Gaturiano Cigano, Elismar Gonçalves, Gilmar Santos, Ronaldo Silva, Samara da Visão, Marquinhos do N4 e Lucinha Mota, autora do documento.
Ascom Lucinha Mota