Boas notícias sobre o coronavírus para começar bem a semana
1 – Wuhan, na China, onde começou pandemia do Covid-19, zerou número de internados pelo vírus
As autoridades de saúde de Wuhan, a cidade chinesa onde começou a pandemia do novo coronavírus há 4 meses – em dezembro de 2019 – informaram neste domingo, 26, que todos os pacientes internados com a Covid-19 receberam alta: “As notícias mais recentes são que no dia 26 de abril [neste domingo] o número de pacientes com o novo coronavírus está a zero, graças ao esforço conjunto de Wuhan e dos profissionais de saúde pelo país”, disse o porta-voz da comissão de saúde local, citado pela agência de notícias Reuters.
Wuhan, na província central de Hubei, foi o ponto de partida do surto, que se transformou em uma pandemia espalhada para todo o mundo, com 5,2 milhões de infecções confirmados e quase 206 mil mortos, segundo o mapa de coronavírus da Universidade Johns Hopkins.
Na própria província, o número de infecções está abaixo de 50, pela primeira vez, desde que a crise começou no final do ano passado. Não há novos casos confirmados relatados há mais de 20 dias, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.
2 – Respirador criado na USP é aprovado em testes com humanos; aparelho é feito em 2 horas e 15 vezes mais barato
O ventilador pulmonar emergencial criado por um grupo de engenheiros da Escola Politécnica (Poli) da USP para suprir a necessidade de respiradores durante a pandemia de coronavírus foi aprovado em testes técnicos e agora será enviado para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os testes com humanos foram feitos com quatro pacientes nas dependências do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da USP, entre os dias 17 e 19 de abril. Na avaliação dos técnicos, o respirador foi considerado aprovado em todos os modos de uso e não houve nenhum problema com os pacientes ventilados.
Além da pesquisa feita no HC, testes com animais e avaliações técnicas também comprovaram a eficiência do respirador, que pode ser fabricado em 2 horas e custa 15 vezes menos do que os aparelhos comerciais mais barato, segundo os pesquisadores.
O ensaio no HC foi feito de acordo com as orientações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e sob a coordenação do professor José Otávio Auler Junior, da Faculdade de Medicina. Antes disso, em 13 e 14 de abril, o equipamento foi testado em animais, sob a orientação de professoras da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ).
O respirador Inspire foi desenvolvido pela equipe do professor da Poli, Raul González Lima. Além de ser produzido em até 2 horas, o equipamento tem custo vantajoso: enquanto os ventiladores convencionais custam, em média, R$ 15 mil, o valor do Inspire é de cerca de R$ 1 mil, de acordo com os pesquisadores envolvidos.
Para acelerar as avaliações técnicas, os engenheiros tiveram que improvisar. Uma bexiga de aniversário, feita de borracha, foi enchida de ar pelo respirador para verificar se o aparelho era capaz de controlar variáveis como pressão e vazão do oxigênio.
Criação do respirador
Um grupo de grupo de aproximadamente 40 pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), entre engenheiros biomédicos, mecânicos, mecatrônicos, eletrônicos e de produção, estudantes e representantes da iniciativa privada, se articulou no desenvolvimento do respirador para suprir uma possível demanda do equipamento hospitalar durante a pandemia do coronavírus.
A proposta do grupo era a criação de um ventilador pulmonar de baixo custo, com tecnologia e componentes nacionais. O resultado é um equipamento produzido com mais rapidez e menor custo.
O tempo total de fabricação é inferior a duas horas. “Nós gostaríamos que a indústria nacional se desenvolvesse e exportasse as tecnologias que possuem para muitos países”, continuou o pesquisador.
O ventilador pulmonar desenvolvido pela Poli-USP é mecânico, para ser utilizado em emergências, pois a equipe considerou uma eventual falta de linhas de ar comprimido nos leitos de hospital, o que tornaria necessário o bombeamento de ar para o paciente.
Segundo o pesquisador Raul González Lima, a Poli-USP é responsável pelo projeto, mas não pela fabricação, que deverá ser feita por empresas com autorização da Anvisa. O projeto tem licença aberta para os interessados em produzir o ventilador.