“Apagão global expõe grande dependência digital da sociedade”, afirma professor

Uma pane causa pela falha operacional de uma ferramenta da empresa CrowdStrike durante a atualização dos sistemas de segurança do sistema Windows interrompeu as atividades de diversos setores na manhã dessa sexta-feira (19). O incidente resultou problemas em diversos países como os Estados Unidos, Austrália, Coreia, Inglaterra e, com menor força, no Brasil.

 

Para André Lemos, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o caso expõe a grande dependência que a sociedade tem de sistemas de informática cujas falhas só chegam ao conhecimento público em momentos de crise, erros e falhas.

 

“Esses sistemas ficam invisíveis até o momento que quebram e percebemos o quanto somos dependentes desses objetos, que não são individuais e estão integrados em todas as coisas”, afirma. “Vimos diversos serviços parando ao redor do mundo afetando até pessoas que não tenham contato com computadores”, completa.

 

Lemos explica ainda que esses problemas podem gerar colapso nas sociedades, pois os objetos eletrônicos estão cada vez mais integrados e se comunicando de maneira independente.

 

Ele enfatiza a importância de refletir sobre o fluxo dos dados individuais e pensar na criação de sistemas mais resistentes a ataques. “Esse problema é inevitável, mas a melhoria disso vem em sistemas mais resilientes que você não seja dependente de uma única empresa que foi criada para evitar o mesmo problema que ela gerou. Há também uma gestão geopolítica, já que muitos softwares não são adotados por terem origens russa e chinesa, causando um medo de espionagem nos países ocidentais”.

 

Ainda segundo o professor. os locais afetados pela falha do software, como hospitais e aeroportos, podem ser considerados espaços códigos, cujo funcionamento seria bastante comprometido em casos de problemas com os sistemas computacionais.

 

“A nossa sociedade sempre vai conviver com isso, mas é importante pensar em meios de proteger e diminuir essa dependência”, conclui o professor da Ufba.

 

 

Com informações Correio24horas

Imagem de freepik

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