Morte por doenças cardiovasculares aumentam 132% no Brasil durante pandemia
Segundo estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Hospital Alberto Urquiza Wanderley e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as mortes por doenças cardiovasculares aumentaram até 132% no Brasil durante a pandemia. A pesquisa comparou dados de 2019 e 2020.
A hipótese levantada na pesquisa é que, por medo de se expor ao novo coronavírus, os pacientes que apresentam sintomas ou mesmo diagnósticos de doenças cardiovasculares não estejam buscando atendimento médico.
Para a cardiologista e professora da Rede UniFTC Lucélia Magalhães, os pacientes devem continuar buscando os serviços de saúde normalmente, seguindo as orientações para evitar a contaminação pela Covid-19. “As pessoas devem procurar os serviços de saúde, principalmente os pacientes que já são assistidos por obesidade, diabetes, hipertensão, gordura no sangue ou que já tiveram AVC”, explica a especialista.
Para atuar no combate às doenças cardiovasculares, o Centro Integrado de Ensino em Saúde (CIES) da UniFTC, lançou o Projeto Vascor, em parceria com o Instituto Gonçalves Moniz (Fiocruz-BA) e a Universidade do Minho (Portugal). O Vascor/UniFTC foi criado em 2016 para estudar e investigar a comunidade em relação ao risco precoce de adoecer do coração e das artérias.
A pesquisa Vascor tem base populacional e é realizada na comunidade carente do Vale do Ogunjá, situada em Salvador. São realizadas coletas de informações, investigações e observações, como também o exame Velocidade da Onda de Pulso – VOP, que é um estudo sofisticado para identificar quando o vaso está envelhecido. De maneira mais específica, a pesquisa investiga casos de obesidade visceral (acúmulo de gordura na barriga), inflamação crônica e rigidez arterial. Tudo feito dentro da clínica do Ogunjá.
No ano passado, a Vascor realizou diagnósticos em pessoas que estavam em casa, sem saber que precisavam de atendimento. Pacientes com problemas de hipotiresoidismo, hipertensão, obesidade sem orientação adequada, dentre outros.
De acordo com Lucélia, os dados coletados são divulgados em revistas internacionais, ajudando na compreensão do envelhecimento vascular precoce e os fatores de risco cardiovasculares em pessoas que estão bem em domicílio. “É uma forma de conscientização populacional e produção científica sobre as doenças”, concluiu.
Em breve, o projeto começará uma nova fase da pesquisa, com a seleção de novos voluntários.
Fonte: Rede UniFTC