Cientistas encontram microplásticos em cérebro humano; Saiba mais

A análise do cérebro de 15 pessoas mortas revelou microplásticos no chamado bulbo olfatório. O resultado é fruto de uma pesquisa entre a Universidade São Paulo (USP) e a Universidade Livre de Berlim, publicada no jornal científico “JAMA Network Open”.

 

Essa área do cérebro em que as partículas estavam é a responsável por elaborar as impressões olfatórias e, por isso, os pesquisadores acreditam que substâncias tenham entrado no cérebro pela via nasal, através da inalação de microplásticos presentes no ar.

 

O bulbo olfatório também está atrelado a outras estruturas cerebrais importantes, permitindo, por exemplo, a associação entre determinado odor e o aumento do apetite ou a evocação de uma memória.

 

Segundo a líder da pesquisa, Thais Mauad, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), danos nessa área prejudicam o olfato, mas ainda não há evidências se o efeito da presença de microplásticos seria capaz de levar a alguma doença olfativa ou neurológica.

 

Somente novos estudos será possível determinar quais são os danos provocados por esses intrusos na região.

 

“O ingresso dos nanoplásticos pelas vias olfativas é preocupante, devido à capacidade de tais partículas serem internalizadas pelas células e interferirem no metabolismo celular. O risco pode ser maior em crianças, que têm o cérebro em desenvolvimento, com o potencial de causar alterações definitivas na vida adulta”, alerta a pesquisadora.

 

Os 15 cérebros analisados na pesquisa eram de paulistanos, com profissões diferentes e que morreram principalmente por causas ligadas ao pulmão e ao coração. A análise, feita no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, identificou fibras e partículas de microplásticos em oito deles. O plástico mais comum encontrado foi o polipropileno, usado tipicamente em roupas, embalagens de alimentos e garrafas.

 

Fonte: Folha PE

 

Foto: Freepik

Compartilhar agora