Número de autodeclarados pardos supera o de brancos e pela primeira vez é maioria no país
O número de brasileiros que se declaram pardos cresceu 11,9% desde 2010, passou o de brancos e se tornou o maior grupo racial do país pela primeira vez, com 45,3% da população, segundo os dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população que se declara preta também cresceu – hoje 10,2% dos brasileiros se dizem pretos –, assim como a de indígenas (0,8% dos brasileiros assim se identificam).
A parcela dos que se declaram brancos voltou a cair, em linha com o que acontece desde 2000, e passou a ser o segundo maior grupo, com 43,5% da população.
A de amarelos também recuou, para 0,4%, e voltou ao mesmo patamar de 30 anos atrás.
Veja os números:
- Os pardos são 92,1 milhões, 45,3% da população. Em 2010 eram 43,1%;
- Os brancos são 88,2 milhões, ou 43,5%. Em 2010, eram o maior grupo, com 47,7%;
- Os pretos cresceram 42,3% na última década, e passaram a ser 20,7 milhões, ou 10,2% da população, ante 7,6% em 2010;
- Os indígenas* agora são 1,7 milhão, ou 0,8% ante 0,5% em 2010, um aumento de 89%. Parte desse crescimento expressivo, entretanto, pode ser explicado pela mudança na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;
- Os amarelos tiveram a maior queda, de 2 milhões em 2010 (1,1% da população) para 850 mil agora (0,4%), retornando a patamares próximos aos encontrados no censo de 1991.
A definição da cor ou raça no Censo é feita por autodeclaração. Ou seja, o morador entrevistado identifica a si mesmo de acordo com uma de cinco alternativas: branca; preta; amarela; parda ou indígena (havia a opção de não declarar a raça, mas só 0,005% dos entrevistados decidiram assim).
O instituto considera amarelas pessoas com ascendência de alguns países orientais, como Japão e China, por exemplo. Quando o indivíduo assim se identificava, o pesquisador explicava isso e dava a chance para que a opção fosse alterada ou mantida.
Embora o quesito cor seja pesquisado no Brasil desde o primeiro Censo de 1872, ele passou a ser denominado “cor ou raça” apenas partir de 1991. Por isso, a série histórica divulgada pelo IBGE começa ali.
O IBGE destaca que a raça é um conceito mais amplo do que apenas a cor da pele e outras características físicas, envolvendo também outros critérios de pertencimento identitário como origem familiar e etnia.
Fonte: g1 | Foto: Acervo IBGE