Um em cada cinco jovens no país não estuda nem trabalha, aponta IBGE
Um em cada cinco jovens entre 15 e 29 anos não estudava nem trabalhava em 2022, totalizando 10,9 milhões de indivíduos, ou uma fatia de 22,3% do grupo etário. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2023, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (6).
Segundo o IBGE, a falta de estudo e trabalho afeta sobretudo as mulheres pretas ou pardas de 15 a 29 anos. Esse grupo era composto por 4,7 milhões no ano passado, ou 43,3% do total de jovens afastados das atividades de ensino e laborais (10,9 milhões). Homens pretos ou pardos (2,7 milhões ou 24,3%), mulheres brancas (2,2 milhões ou 20,1%) e homens brancos (1,2 milhão ou 11,4%) vinham na sequência.
Os dados ainda mostraram que, no ano passado, 4,7 milhões de jovens não procuraram emprego nem gostariam de trabalhar. Dentro desse grupo, estavam 2 milhões de mulheres responsáveis por cuidar de parentes ou de trabalhos domésticos.
Do total de 10,9 milhões que não estudavam nem estavam ocupados em 2022, a fatia de 61,2% era considerada pobre pelos critérios da pesquisa vivia com menos de US$ 6,85 por dia em PPC (paridade do poder de compra). A extrema pobreza atingia 14,8% desse grupo abaixo de US$ 2,15 por dia, também em PPC.
Segundo o IBGE, quanto menor o rendimento domiciliar, maior é a parcela de jovens que não estudam nem estão ocupados. Em 2022, 49,3% dos jovens dos domicílios 10% mais pobres estavam nessa condição um em cada dois. No início da série histórica, em 2012, o percentual era menor, de 41,9%.
De acordo com o instituto, o número de 10,9 milhões de jovens afastados dos estudos e do trabalho é o menor da série. O IBGE, no entanto, ponderou que o total de jovens de 15 a 29 anos também diminuiu ao longo do período.
Ao atingir 22,3%, o percentual dessa faixa etária que não trabalhava nem estudava recuou ante 2021, quando estava em 25,8%. A proporção mais recente, contudo, não é a menor da série. A mínima foi registrada em 2013 (21,6%).
O IBGE associou a redução do número e da proporção de jovens que não estudavam nem estavam ocupados em 2022 à retomada do mercado de trabalho. “Essa queda em 2022 está muito atrelada à recuperação do mercado de trabalho. O percentual de jovens ocupados cresce, enquanto o de jovens que não estudam e não estão ocupados cai”, disse Denise Guichard Freire, uma das analistas da síntese do IBGE.
Fonte: O Tempo
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