Como as crianças desaparecidas na selva da Colômbia sobreviveram 40 dias

No dia 1º de maio, crianças de 14, 9, 4 e um ano sobreviveram à queda do avião de pequeno porte em que viajavam com a mãe e outros dois adultos que morreram. As quatro crianças indígenas do sudeste da Colômbia passaram 40 dias perdidas em uma das regiões menos exploradas, mais densas e selvagens do mundo, até que foram encontradas com vida na sexta-feira (9/6) pelo exército, após uma intensa busca.

 

Comer farinha de mandioca ajudou a salvar a vida das quatro crianças que foram encontradas vivas na selva amazônica mais de um mês depois que seu avião caiu, de acordo com um oficial das forças especiais militares da Colômbia. As crianças comeram “três quilos (seis libras) de farinha”, uma farinha de mandioca comumente usada por tribos indígenas na região amazônica, disse o porta-voz Pedro Arnulfo Sánchez Suárez.

 

“Suas origens indígenas lhes permitiram adquirir uma certa imunidade contra as doenças da selva e o fato de conhecer a própria selva -saber o que comer e o que não-, além de encontrar água, os manteve vivos, o que não teria sido possível (se) eles não estivessem acostumados a esse tipo de ambiente hostil”, afirma Sánchez Suárez.

 

Para Alex Rufino, indígena Ticuna especialista em cuidados da selva, em entrevista à BBC News Mundo, as crianças estavam perdidas, mas elas estavam em seu ambiente, sob os cuidados da selva e da sabedoria de anos de populações indígenas em contato com a natureza.

 

As quatro crianças – Lesly Jacobombaire Mucutuy, 13, Soleiny Jacobombaire Mucutuy, 9, Tien Ranoque Mucutuy, 4, e a bebê Cristin Ranoque Mucutuy – estão se recuperando em um hospital em Bogotá, capital da Colômbia, depois de terem sido transferidos para lá no sábado (10) em um voo da ambulância da Força Aérea Colombiana, informaram as autoridades.

 

Segundo laudos médicos, eles estão desidratados e ainda “não podem comer”, mas estão bem e fora de perigo. “O que é necessário agora é estabilizá-los”, disse o ministro da Defesa colombiano, Iván Velásquez.

 

Fonte: g1 e BBC News
Imagem: Divulgação

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