“MANSPREADING”: Brasileiras denunciam homens que sentam-se de pernas abertas
Um problema que tampouco se restringe ao Brasil. De tanto incomodar, já ganhou nome em inglês, o “manspreading”, algo como “homem espalhado”, e virou alvo de campanhas. A mais célebre se deu no metrô de Madri, onde a empresa municipal de transportes usou placas com a figura de um homem sentado, com as pernas abertas, ao lado de um grande X, em 2017.
Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG, Marlise Matos afirma que dar nome a comportamentos do tipo é importante para torná-los visíveis. “Assim, politizamos dimensões cotidianas da vida que passam despercebidas na sociedade patriarcal”, afirma.
Enquanto isso não vira uma realidade por aqui, as redes sociais estão cheias de reclamações e fotos compartilhadas por usuárias de ônibus, metrô e trem, como Mariana e Sophia. “De tanto passar por essa situação, evito viajar ao lado de homens”, afirma Mariana. Sophia, por sua vez, lembra como é arriscado pedir para eles fecharem as pernas. “Às vezes, peço licença, e continuam do mesmo jeito. Nunca sabemos como vão reagir.”
Nos posts que falam sobre o tema, não faltam homens argumentando que mantêm as pernas abertas por causa de um suposto desconforto com a genitália. Uma autêntica conversa fiada, segundo o médico Eduardo Bertero, membro do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia. “Mesmo que ele tenha uma bolsa escrotal grande ou um pênis acima da média, é possível ajeitá-los”, ensina. “Sentar-se dessa maneira é só falta de educação mesmo.” *com informações O Globo