Após reunião com o Procon-SP, empresa de formatura decide fazer festa para a turma de medicina da USP
A empresa ÁS Formaturas se reuniu com o Procon-SP na última segunda-feira (23) e prometeu não repassar aos alunos o prejuízo de R$ 927 mil que teve com o desvio do dinheiro do evento por Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, presidente da comissão de formatura de medicina da Universidade de São Paulo (USP). A empresa também concordou em bancar com fornecedores a mesma estrutura da festa que havia sido contratada.
Guilherme Farid, chefe de gabinete Procon-SP, disse em entrevista coletiva que o contrato entre as partes foi fechado em 2019. No entanto, a pessoa jurídica que formalizou a negociação, que seria uma associação dos formandos, nunca foi registrada.
“O contrato foi celebrado entre duas pessoas jurídicas. Mas os alunos teriam que ter criado uma associação, registrado no tabelião de notas e formado pessoa jurídica. Teria representatividade legal”, disse.
Segundo ele, o negócio foi “mal elaborado” e fechado informalmente. A empresa tem 15 dias para entrar em contato de forma individual com os cerca de 130 alunos envolvidos e apresentar a proposta. A ÁS já havia feito a celebração da turma anterior, a 105ª.
Das mais de 100 pessoas interessadas no evento, quem deliberava sobre os valores era um grupo formado por cerca de 20 pessoas, e as comunicações eram feitas via WhatsApp.
No caso de os alunos aceitarem o plano, que deve se desenrolar em um ano até a realização, o Procon-SP irá acompanhar o caso. Se forem comprovados ao fim de todo o processo problemas relacionados com a empresa, uma multa de até R$ 12 milhões pode ser aplicada.
No domingo, os estudantes resolveram montar um meio para captar doações online. Segundo o anúncio feito por eles nas redes sociais, os primeiros doadores de valores a partir de R$ 1.500 vão ter direito a um convite.
A publicação traz incentivos assim em propostas de até R$ 9 mil, a qual tem direito a três ingressos e a uma mesa.
“Foram após muitos pedidos como esse que estamos aqui então, de coração aberto, tentando novamente fazer uma arrecadação, mesmo que pequena para quem sabe, voltar a pensar na formatura como algo possível de ser feito.”
“O dinheiro arrecadado foi pago em parcelas ao longo de 4 anos e muitos colegas nossos e seus familiares se sacrificaram pela realização de ter uma festa de formatura. Fomos a primeira turma a incluir a adesão social para aqueles que tinham esse sonho mas não conseguiam encarar o valor integral”, escreveu.
Nos comentários, a página da comissão pede ajuda a artistas.
Anteriormente, a USP, ao ser questionada sobre a situação da estudante de medicina Alicia, investigada por dar um golpe em colegas da faculdade e em uma lotérica, informou que “está acompanhando a apuração dos fatos”.
A TV Globo perguntou se a universidade considera expulsar Alícia do curso após os ocorridos, se ela poderá colar grau normalmente e, também, qual o posicionamento da entidade sobre o caso, mas não recebeu respostas específicas.
“Diante do andamento da investigação sobre a fraude contra a Comissão de Formatura, que envolve uma aluna da Faculdade de Medicina da USP, a Instituição informa que está acompanhando a apuração dos fatos pelos órgãos competentes.”
Com informações G1
Fotos: Poliedro/Reprodução e José Nascimento-FolhaPress