Vale do São Francisco comemora conquista da primeira Indicação Geográfica de Vinhos Tropicais do mundo

 

O Brasil conquistou, na última segunda-feira, dia 1º de novembro, a primeira Indicação Geográfica de Vinhos Tropicais do mundo. A indicação Geográfica Vale do São Francisco, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), vai beneficiar viticultores e produtores de vinho fino, vinho nobre, espumante natural e vinho moscatel espumante. Todos elaborados pelas vinícolas Adega Bianchetti Tedesco (Bianchetti), Vinum Sancti Benedictus (VSB), Terranova (Miolo), Terroir do São Francisco (Garziera), Vinícola do Vale do São Francisco (Botticelli), Mandacarú (Cereus jamacaru), e as vitivinícolas Quintas de São Braz (São Braz) e Santa Maria/Global Wines (Rio Sol), todas na região do Vale do São Francisco.

 

Fruto de uma demanda histórica do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf), em parceria com a Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), Embrapa Semiárido e a Embrapa Uva e Vinho, a Indicação (IG) obedece aos mesmos requisitos utilizados pela União Europeia e abrange os municípios de Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco; e Casa Nova e Curaçá, na Bahia.

 

O trabalho de caracterização da região, necessário para enquadrar o cultivo e produção de vinho como uma IG – envolveu mais de 40 profissionais entre pesquisadores, professores, técnicos e estudantes. Eles trabalharam em conjunto para entender o funcionamento da vitivinicultura na região tropical e no aprimoramento da produção e qualidade dos vinhos.

 

Um dos pioneiros na luta por essa conquista, o presidente do Vinhovasf e da Valexport, José Gualberto de Almeida, ressaltou que a utilização do selo da IG nos produtos do Vale, além de representar um reconhecimento nacional e internacional, vai estabelecer um novo tempo para a única região no mundo a produzir três colheitas por ano e a elaborar vinhos de janeiro a dezembro. “Um vinho jovem, leve, frutado e aromático feito com sol, aroma e alegria para beber todos os dias”, ressaltou.

 

Gualberto acrescentou ainda, que os trabalhos em busca de um vinho original começaram em 2002, após a conquista da IG pelo Vale dos Vinhedos do Rio Grande do Sul. “Mas o Polo Vitivinícola do Vale do São Francisco, começou bem antes, no início da década de 1970, a partir do trabalho pioneiro de produtores como Franco Pérsico, Mamoro Yamamoto e Molina”, lembrou. “Agora, temos uma ferramenta para reforçar a qualidade do produto local e incentivar seu consumo, o que pode aumentar a produção e os investimentos no Vale do São do Francisco”, comemorou.

 

O Vale do São Francisco apresenta altitude de 400 metros, clima semiárido, solos ricos em minerais e pobres de matéria orgânica, 3.100 horas de sol ao ano e ausência de inverno e irrigação controlada com a água do Rio São Francisco. A região produz anualmente 7 milhões de litros de vinhos finos que conquistam novos mercados no Brasil e no exterior, além de premiações em concursos nacionais e internacionais a exemplo da Grande Prova Vinhos do Brasil e do Concurso Mundial de Bruxelas.

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