Prevenção: Vacina contra o câncer estará disponível até 2030
A estimativa de câncer no Brasil é de 66.280 novos casos para o ano de 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA (2019a). Nessa luta pela vida, a novidade, agora, é que vacinas contra alguns tipos de câncer podem estar disponíveis em menos de dez anos, de acordo com o casal de cientistas Ugur Sahin e Özlem Türeci, responsável pela criação de um dos mais eficazes imunizantes contra a covid-19 desenvolvido durante a pandemia.
“Nosso objetivo é usar a abordagem de vacina individualizada para garantir que os pacientes recebam uma dosagem personalizada que induza uma resposta imune logo após a cirurgia. Isso fará com que as células T, responsáveis pela defesa do corpo, consigam rastrear as células tumorais restantes e, idealmente, as eliminem”, explicou Ugur Sahin, que além de CEO da farmacêutica alemã é pesquisador em oncologia, em entrevista ao programa de TV da BBC Sunday with Laura Kuenssberg.
Atualmente, a BioNTech está em uma fase avançada de testes clínicos de versões do imunizante focadas no câncer colorretal, câncer de pele melanoma, e câncer de cabeça e pescoço. Outros imunizantes, que visam o tratamento de câncer de ovário, de próstata e de tumores sólidos, estão em fase inicial de teste em humanos.
A nova tecnologia, concluída durante a pandemia de covid-19, consiste em usar microfragmentos de material genético (no caso, o RNAm) sintetizados em laboratório. Na natureza, o RNAm traduz as instruções inscritas no DNA e as leva até os produtores de proteína dentro das células.
Quando a BioNTech foi fundada, em 2008, o casal pesquisou principalmente na tecnologia que utiliza RNA mensageiro (RNAm).
Se as vacinas de RNA mensageiro provarem ser efetivas contra os tumores, elas serão um tipo de tratamento menos invasivo para o tratamento do câncer e, possivelmente, para terapias contra doenças virais como o HIV e a zika.