Infertilidade: médico explica impactos da obesidade e aponta emagrecimento como fator determinante na solução do problema
A infertilidade afeta homens e mulheres em idade reprodutiva. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ela atinge entre 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas sofrem com a dificuldade para gerar filhos. Uma das principais causas que vem se tornando cada vez mais comum é a obesidade.
“A obesidade no Brasil está se comportando nos parâmetros semelhantes ao dos Estados Unidos, onde mais de 60% da população já tem e no Brasil essa taxa está evoluindo de sobrepeso para a obesidade. Com isso, também está associado ao aumento da infertilidade”, avalia o Dr. Luis Henrique Nunes, médico urologista, referência em implantes hormonais.
Mas é preciso ir além nas análises, pois as causas não se associam apenas ao público feminino, como ainda é alvo do diagnóstico, mas ao grupo masculino, que também é muito atingido. De acordo com o médico, a infertilidade masculina responde por 52% das causas de infertilidade do casal e a feminina, 48%.
“A gente vive numa sociedade machista que perde muito tempo investigando a infertilidade só na mulher, quando poderia avaliar a parte masculina, também. A principal causa de infertilidade no homem é a varicocele, que ocorre na obesidade, pois o paciente obeso tem um acúmulo de gorduras na região das coxas, púbis, e o aumento da temperatura vai fazer uma alteração. A obesidade pode causar alterações hormonais, modificando a chegada dos hormônios no testículo, atrapalhando a fertilidade. Mas, em outros casos, acontece pela quebra do DNA do esperma, devido a fatores ambientais, que gera o estresse dissociativo e, assim, lesiona o DNA; tabagismo; falta de atividade física; estresse em excesso”, explica o médico.
Ainda de acordo com o Dr. Luis Henrique Nunes, que integra o corpo médico do Núcleo GA Petrolina, emagrecer é um processo muito importante para melhorar a fertilidade, pois o paciente pode fazer um tratamento auxiliando na perda de peso, e assim melhorar a parte hormonal. Isso funciona como um estímulo melhor de testosterona para esse paciente, consequentemente diminuindo o estresse inflamatório que causa lesão no DNA e vai reduzir também a quantidade de gordura na região genital.
“Já na infertilidade feminina, que também está muito voltada para a obesidade, as mulheres vão ter dificuldade tanto para ter filhos de forma natural, como por meios artificiais, por exemplo, através da inseminação e da fertilização in vitro. Tem pacientes que conseguem ter uma perda eficiente de peso e a gravidez que necessitaria de um auxílio médico, pode evoluir para uma gravidez natural. Uma patologia importante que está associada à obesidade e à infertilidade é a Síndrome do Ovário Policístico. E quando se consegue tratar o peso dessa paciente, muitas vezes os transtornos hormonais dela vão melhorar e ela vai conseguir engravidar”, explica Dr. Luiz Henrique Nunes.