NOMOFOBIA: transtorno mental causado pelo uso excessivo do celular pode despertar medo e ansiedade quando o aparelho não está por perto, afirma estudo
Você desbloqueia o celular, frequentemente, para conferir se há mensagens, recados, e-mails novos? Tem a impressão de que o celular vibrou quando está no bolso e quando vai conferir não há nada? Perde a noção do que está acontecendo em volta quando está concentrado na tela do smartphone? Confere o celular quando acorda, quando vai dormir e até no trânsito? Todos esses sintomas acima se referem a novos diagnósticos clínicos de uso abusivo de smartphones.
A dependência tem vários níveis: vai da falta de educação digital, que inclui a dificuldade de equilíbrio sobre o tempo e locais de uso, até o nível patológico. segundo a psicóloga Anna Lucia Spear King, doutora em saúde mental do Delete, núcleo especializado em Detox Digital, na UFRJ. Os pesquisadores do Instituto Delete diagnosticaram diversos transtornos relacionados, além da nomofobia em si, que é o medo de ficar sem o celular.
Existe o “Efeito Google”, que acontece quando o cérebro humano começa a segurar menos informações porque sabe que vai obter respostas com poucos cliques. Quando o uso do celular se torna desequilibrado e começa a afetar efetivamente áreas do cotidiano, é possível que a dependência esteja evoluindo. A psiquiatra Tatiana Pinho, do ambulatório de Psiquiatria Geral do Hospital Universitário Walter Cantídio explica que o vício patológico se manifesta “quando existe um descontrole nesse uso”.
Esse uso acaba interferindo em diversas esferas. “O tempo vai passando e a pessoa perde a percepção disso e deixa de fazer coisas que poderiam ser importantes como estudo, trabalho, contato com os amigos, com a família”, afirma Tatiana. E, geralmente, começam a surgir consequências práticas. “Fim de relacionamento, problemas com filhos, perda de emprego, problema em relação a estudo, a dificuldade de concentração em torno do celular”, esclarece. As informações são do Diário do Nordeste.